Avenida Paulista das Artes


Avenida símbolo da maior economia da América Latina, fecha para veículos e abre-se para as artes aos Domingos e Feriados.


Numa medida que dividiu opiniões ainda na gestão Fernando Haddad, o fechamento da Avenida Paulista aos Domingos e Feriados gerou muita gritaria, mas hoje tem a aprovação popular e virou uma vitrine para os artistas de rua não só da capital, como também da região metropolitana.

O casal de amigos palhaços, com seus malabares em chamas, divertiam e entretinham uma plateia de todas as idades que riam e se admiravam da capacidade dos dois com suas roupas coloridas e irreverência num show de carisma.

Claro que as crianças ficavam mais encantadas que os adultos vendo aquelas duas crianças grandes brincando com malabares com fogo nas pontas, fazendo piruetas com uma mão só.
E nem só de palhaçadas vivem as artes na Avenida Paulista. Artes plásticas, pulseiras em couro e tecido em diversos tamanhos, cores e formatos, deixam os amantes de artesanato com os olhos maravilhados de tanta coisa bonita exposta. “Aqui o povo para pra ver minhas coisas. Vendo os meus quadros e tiro parte do meu sustento daqui.” nos conta o artesão.


Na Paulista, Elvis não morreu. Um cover do cantor americano, falecido em 1977, prepara, solitário, o altar sagrado de onde prestará sua homenagem ao Rei do Rock. "Estou aqui quase todo Domingo, menos quando tenho show marcado", nos conta o artista que aprendeu a gostar de rock com o pai desde criança.

Como quem sabe faz ao vivo, tivemos um deleito aos ouvidos com um lindo solo de guitarra de uma canção americana das antigas que o repórter, sem cultura, não sabe qual é.




Tantos artistas e suas artes de graça na rua. Ao alcance de toda a população.

A Avenida Paulista vai do bairro da Bela Vista até a Consolação, ficando fechada para veículos aos Domingos e Feriados das 10h às 19h. Os artistas não tem horário. Vai muito de cada um. Mas a maioria começa as apresentações após às 15h. Há diversas linhas de ônibus que circulam em ruas paralelas e a linha 2 Verde do Metrô ( estações Brigadeiro, Trianon-Masp e Consolação ) nos levam a um domingo de cultura de rua da melhor qualidade.

P.S.:
Este repórter precisa dar a cara a tapa.
Saí para fazer essa reportagem para mostrar a precariedade que é fazer arte na rua, sem uma estrutura adequada, mas, ao chegar na Paulista e ver a felicidade dos artistas e público, percebi que os artistas fizeram o que há de mais sagrado nas artes que é ir aonde o povo está, no espaço que há de mais democrático em uma sociedade livre: a rua.
Fui contaminado por um ódio que infesta todas as redações; o ódio à São Paulo. Temos sim muitos problemas aqui, mas há sim muita coisa bela, digna de ser reverenciada e acredito que vale sim a pena retirar uma desgraça cotidiana para dar uma boa notícia.

Caio Figueiredo
caiofigueiredo@bol.com.br

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