Avenida Paulista das Artes
Avenida símbolo da maior economia da América Latina, fecha para veículos e abre-se para as artes aos Domingos e Feriados.
Numa medida que dividiu opiniões ainda na gestão Fernando Haddad, o fechamento da Avenida Paulista aos Domingos e Feriados gerou muita gritaria, mas hoje tem a aprovação popular e virou uma vitrine para os artistas de rua não só da capital, como também da região metropolitana.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhr7zQJUBsh766d652VfLr-8iwHNgUxb-GSEoQkCoJeaWjozPZGwTg5vFcp9C3m5n5flr9shuoJD0Ws5yw2uLRWTeKyKO2KAClEZLvZbEp1b63HgOFaxJ5IuMj75XcrGnok0gvL6Q_IOngV/s320/4b67a871-fa45-4cee-8f9f-4ebee01f6bec.jpg)
E nem só de palhaçadas vivem as artes na Avenida Paulista. Artes plásticas, pulseiras em couro e tecido em diversos tamanhos, cores e formatos, deixam os amantes de artesanato com os olhos maravilhados de tanta coisa bonita exposta. “Aqui o povo para pra ver minhas coisas. Vendo os meus quadros e tiro parte do meu sustento daqui.” nos conta o artesão.
Na Paulista, Elvis não morreu. Um cover do cantor americano, falecido em 1977, prepara, solitário, o altar sagrado de onde prestará sua homenagem ao Rei do Rock. "Estou aqui quase todo Domingo, menos quando tenho show marcado", nos conta o artista que aprendeu a gostar de rock com o pai desde criança.
Como quem sabe faz ao vivo, tivemos um deleito aos ouvidos com um lindo solo de guitarra de uma canção americana das antigas que o repórter, sem cultura, não sabe qual é.
Tantos artistas e suas artes de graça na rua. Ao alcance de toda a população.
A Avenida Paulista vai do bairro da Bela Vista até a Consolação, ficando fechada para veículos aos Domingos e Feriados das 10h às 19h. Os artistas não tem horário. Vai muito de cada um. Mas a maioria começa as apresentações após às 15h. Há diversas linhas de ônibus que circulam em ruas paralelas e a linha 2 Verde do Metrô ( estações Brigadeiro, Trianon-Masp e Consolação ) nos levam a um domingo de cultura de rua da melhor qualidade.
P.S.:
Este repórter precisa dar a cara a tapa.
Saí para fazer essa reportagem para mostrar a precariedade que é fazer arte na rua, sem uma estrutura adequada, mas, ao chegar na Paulista e ver a felicidade dos artistas e público, percebi que os artistas fizeram o que há de mais sagrado nas artes que é ir aonde o povo está, no espaço que há de mais democrático em uma sociedade livre: a rua.
Fui contaminado por um ódio que infesta todas as redações; o ódio à São Paulo. Temos sim muitos problemas aqui, mas há sim muita coisa bela, digna de ser reverenciada e acredito que vale sim a pena retirar uma desgraça cotidiana para dar uma boa notícia.
Caio Figueiredo
caiofigueiredo@bol.com.br
Comentários
Postar um comentário